Olhos Livres

Quando não existe pertencimento
A sensação de travessia não tem fim

A vida resumida em uma vontade
“Quero me sentir pessoa”

A individualidade que não está nos papéis
Também não é sentida no dia a dia

Já os meus olhos não param de voar
Eles são os únicos que estão livres

A cada amanhecer,
Sinto que a guerra ainda está aqui
Ocupar, resistir e acordar
Por mais um dia, eu não morri

A Guerra Civil no Burundi começou em 1993 por questões étnicas entre os hutus e os tutsis. Mas desde 1962, quando o país ficou independente da Bélgica, há constantes conflitos entre as tribos. São mais de 300 mil pessoas mortas e mais de 500 mil que precisaram sair do Burundi com suas famílias para tentar sobreviver.

Todos(as) fotografados(as) nessa série são burundeses que fizeram a travessia para Moçambique, uma distância de quase 3000km. Atualmente vivem no campo de refugiados de Maratane, localizado no norte do país, na província de Nampula.

As imagens foram produzidas em novembro de 2019, durante a oitava expedição humanitária da ONG Reviva, com produção de Bia Marcelino e assistência de fotografia de Edu Freire.

Dedicado a todos(as) que lutam diariamente contra o status de refugiado(a).

“Nenhum ser humano é ilegal”

1. Muneza Israel
2. Ange Nikuze
3. Gift Nishimwe
4. Emlyine Shemezimana
5. Enock Niyogushimwa
6. Elisa Niyomukiza
7. Jean Pierre Ntawugayimana
8. Vennacia Mukashaka
9. Mishel Sezibera
10. Vestine Nyirahabimana